Varizes  

 

Você pode já ter observado veias dilatadas ou tortuosas e alongadas, inchaço, queimação ou peso nas pernas. Saiba que isto pode ser varizes e que existe tratamento.

As varizes são descritas desde a antiguidade, citadas em 1550 a.C, no Egito (Papiro de Ebers) e por Hipócrates ( 460-377 a.C) e desde então a mais comum de todas as alterações vasculares.

São frequentemente bilaterais e mais prevalentes em mulheres do que em homens. Entre as causas mais comuns estão a hereditariedade, idade, raça, número de gestações, obesidade e até a postura predominante no trabalho, este último ainda controverso.

As principais queixas clínicas dos pacientes são: queimação ou cansaço, câimbras, sensação das pernas estarem pesadas ou ardendo, inchadas, principalmente ao redor do tornozelo e que melhoram com a elevação dos membros inferiores e agravam-se no fim do dia, quando se permanece por longo tempo em pé ou sentado, no calor, nos períodos próximo ou durante a menstruação e também durante a gravidez.

Existem alguns mitos sobre as varizes. Não existe nenhuma relação estabelecida entre a formação de varizes e carregar peso, depilação ou uso de salto alto, assim como ginástica ou outra atividade física. As atividades físicas, desde quando realizadas sob supervisão do educador físico e prévia liberação por parte de seu médico (cardiologista, por exemplo) não provocam varizes e, aliás são aconselháveis para evitá-las. Nem mesmo a musculação, se não exagerada, não é contra indicada. Subir escada, por exemplo, pode ser considerado até um exercício físico, portanto, ajuda a incrementar o retorno venoso e não é causa de varizes.

O não tratamento das varizes pode acarretar diversos outros problemas médicos e até sociais. Pode ocorrer inflamação nas próprias varizes (flebite) até formação de coágulos no sistema venoso profundo (trombose), escurecimento , manchas e úlceras (feridas) da pele.

Ao consultar o angiologista e ou cirurgião vascular, você será submetido a um exame clínico que poderá incluir a realização de outros métodos diagnósticos como, por exemplo, o ultrasson doppler.
O tratamento específico das varizes depende, fundamentalmente, da veia a ser tratada. Aqueles cordões varicosos, salientes e visíveis, que elevam a pele, e aquelas pequenas veias de trajeto tortuoso ou retilíneo são de tratamento cirúrgico; já as telangiectasias ou aranhas vasculares devem ser tratadas pela escleroterapia (injeção de uma solução esclerosante dentro destes vasos).

Já existem outras técnicas cirúrgicas menos invasivas para o tratamento das varizes como o uso do laser ou da radiofrequência. Elas são menos agressivas, permitem o retorno precoce ao trabalho, reduzem cicatrizes e não precisam de internamento hospitalar. Seu médico irá avaliar a melhor indicação para você.

As veias que são retiradas, por estarem doentes, não colaboram para a circulação; ao contrário, sua retirada causa melhoria na drenagem venosa dos membros inferiores, aliviando sintomas e prevenindo as implicações da evolução da doença.

Naqueles pacientes que não querem ou não podem fazer nenhum dos tipos de tratamento citados, pode ser empregado o tratamento clínico com medicamentos, elevação dos membros inferiores e, fundamentalmente, o uso de meias elásticas.

Dicas úteis para evitar varizes:

• Evitar ganhar peso. EMAGREÇA!!!
• Dieta rica em fibras para evitar a constipação intestinal.
• Procurar não permanecer muito tempo parado em pé ou sentado.
• Não usar cintas abdominais apertadas.
• Realizar caminhadas e/ou exercícios físicos com supervisão médica e de educador físico.
• Não fumar!!!
• Utilizar sistematicamente as meias elásticas, principalmente durante a gravidez. Só as compre com receita médica pois pacientes com doenças arteriais dos membros inferiores não podem usar meias elásticas compressivas.
• Evitar hormônios anticoncepcionais.
• Consulte regularmente seu angiologista e/ou cirurgião vascular!