Curativos

Curativos são um meio terapêutico de limpeza de feridas que promova a cicatrização dela e previna contaminações ou infecções adjacentes. São procedimentos assépticos que vão desde a irrigação com solução fisiológica até a cobertura específica que auxiliarão no processo de cicatrização.

Podem ser pequenos, médios ou grandes. Curativos pequenos são aqueles de aproximadamente 16 cm2. (exemplos: cateteres venosos e arteriais, cicatrização de coto umbilical, fístulas anais, flebotomias e/ou subclávia/jugular, hemorroidectomia, pequenas incisões, traqueotomia, cateter de diálise e intermitente). Curativos médios: curativos realizados em feridas médias, variando de 16,5 a 36 cm3. (exemplo: cesáreas infectadas, incisões de dreno, lesões cutâneas, abscessos drenados, escaras infectadas). Curativos grandes: realizados em feridas grandes, variando de 36,5 a 80 cm2. (exemplo: incisões contaminadas, grandes cirurgias – incisões extensas (cirurgia torácica ou cardíaca), queimaduras, toracotomia com drenagem, úlceras infectadas, outros). E o curativos extras grandes: curativos realizados em feridas grandes, com mais de 80 cm2 (exemplos: todas as ocorrências de curativos extragrandes deverão obrigatoriamente constar de justificativa médica).

Técnica de Curativo – Normas Gerais:

• Lavar as mãos antes e após cada curativo, mesmo que seja em um mesmo paciente;
• Verificar data de esterilização nos pacotes utilizados para o curativo (validade usual 7 dias);
• Expor a ferida e o material o mínimo de tempo possível;
• Utilizar sempre material esterilizado;
• Se as gazes estiverem aderidas na ferida, umedecê-las antes de retirá-las;
• Não falar e não tossir sobre a ferida e ao manusear material estéril;
• Considerar contaminado qualquer material que toque sobre locais não esterilizados;
• Usar luvas de procedimentos em todos os curativos, fazendo-os com pinças (técnica asséptica);
• Utilizar luvas estéreis em curativos de cavidades ou quando houver necessidade de contato direto com a ferida ou com o material que irá entrar em contato com a ferida;
• Se houver mais de uma ferida, iniciar pela menos contaminada; Nunca abrir e trocar curativo de ferida limpa ao mesmo tempo em que troca de ferida contaminada;
• Quando uma mesma pessoa for trocar vários curativos no mesmo paciente, deve iniciar pelos de incisão limpa e fechada, seguindo-se de ferida aberta não infectada, drenos e por último as colostomias e fístulas em geral;
• Ao embeber a gaze com soluções manter a ponta da pinça voltada para baixo;
• Ao aplicar ataduras, fazê-lo no sentido da circulação venosa, com o membro apoiado, tendo o cuidado de não apertar em demasia.
• Os curativos devem ser realizados no leito com toda técnica asséptica;
• Nunca colocar o material sobre a cama do paciente e sim sobre a mesa auxiliar, ou carrinho de curativo. O mesmo deve sofrer desinfecção após cada uso;
• Todo curativo deve ser realizado com a seguinte paramentação : luva, máscara e óculos. Em caso de curativos de grande porte e curativos infectados (escaras infectadas com áreas extensas, lesões em membros inferiores, e ferida cirúrgica infectada) usar também o capote como paramentação. Quando o curativo for oclusivo deve-se anotar no esparadrapo a data, a hora e o nome de quem realizou o curativo.

Curativos – cuidados importantes

• Em portadores de ostomias e fístulas utilizar placa protetora;
• Não comprimir demasiadamente com ataduras e esparadrapos o local da ferida a fim de garantir boa circulação;
• As compressas e ataduras deverão ser colocadas em sacos plásticos protegidos e jogar no “hamper” de roupa do paciente. Quando este material estiver com grande quantidade de secreção, deve-se colocar em saco plástico e desprezar;
• Trocar os curativos úmidos quantas vezes forem necessárias, o mesmo procedimento deve ser adotado para a roupa de cama, com secreção do curativo;
• Quando o curativo da ferida for removido, a ferida deve ser inspecionada quanto a sinais flogísticos. Se houver presença de sinais de infecção (calor, rubor, hiperemia, secreção) comunicar ao profissional de saúde responsável. Poderá ser necessário colher material para cultura conforme técnica;
• O curativo deve ser feito após o banho do paciente, fora do horário das refeições;
• O curativo não deve ser realizado em horário de limpeza do ambiente, o ideal é após a limpeza;
• Em feridas em fase de granulação realizar a limpeza do interior da ferida com soro fisiológico em jatos, não esfregar o leito da ferida para não lesar o tecido em formação;
• Os drenos devem ser de tamanho que permitam a sua permanência na posição vertical, livre de dobras e curva;
• Mobilizar dreno conforme prescrição médica;
• Em úlceras arteriais e neuropatia diabética (pé diabético) manter membro enfaixado e aquecido com algodão ortopédico;
• Em úlceras venosas, manter membro elevado.

Antes de Iniciar o Curativo, deve-se realizar:

– Avaliação do estado do paciente, principalmente os fatores que interferem na cicatrização, fatores causais, risco de infecção;
– Avaliação do curativo a ser realizado, considerando-os em função do tipo de ferida;
– Orientação do paciente sobre o procedimento;
– Preparo do ambiente (colocar biombos quando necessário, deixar espaço na mesa de cabeceira para colocar o material a ser utilizado, fechar janelas muito próximas, disponibilizar lençol ou toalha para proteger o leito e as vestes do paciente quando houver possibilidade de que as soluções escorram para áreas adjacentes);
– Preparar o material e lavar as mãos;
– Após estes preparativos, podemos iniciar o curativo propriamente dito (remoção, limpeza, tratamento, proteção).

Principais erros cometidos ao se realizar um Curativo:

• Usar curativo em feridas totalmente cicatrizadas;
• Cobrir o curativo com excesso de esparadrapo;
• Trocar o curativo em excesso em feridas secas;
• Demorar a trocar o curativo de feridas secretantes;
• Esquecer de fazer as anotações ou não fazê-las corretamente;
• Não lavar as mãos entre um curativo e outro;
• Conversar durante o procedimento;
• Misturar material de um curativo e outro, em um mesmo paciente;
• Não fazer desinfecção do carrinho de um curativo para outro.

O profissional de saúde é aquele habilitado para realizar o seu curativo, não recomendamos fazê-lo com pessoas sem formação adequada e principalmente sem orientação e supervisão de seu médico ou aquele por ele indicado. Salientamos ainda o cuidado com uso de pomadas, cremes, folhas sem uma correta orientação médica. Estes produtos são adjuvantes e devem ser feitos sob criteriosa avaliação.